Texto antigo,escrito por mim em outra realidade mas, cabe em muitas realidades,inclusive na minha atual.
A questão da oferenda aos Deuses
sempre foi uma grande dúvida minha. Procura da aqui, procura ali, pesquisa de
cá, perguntas acolá e ninguém nunca me deu uma resposta feita e os livros me
geram certa desconfiança. Então resolvi observar tudo a minha volta e analisar
como a “personalidade” dos Deuses se manifestava no dia-a-dia. Mesmo assim a
pergunta não parava de martelar minha cabeça: O que ofertar? Como ofertar? O
que é adequado ou não?
De repente, mexendo nos livros
sobre o Egito encontrei a seguinte citação: "Fazei oferenda com o que se
encontra em vossas mãos. Se não possuís nada, pronunciai a oferenda com
vossas palavras." Estela do Cairo 2003. Aquilo foi uma mudança radical no
meu pensamento cartesiano capricorniano. Comecei a encarar meu culto como algo mais doméstico e
informal do que eu poderia aceitar e imaginar e assim a coisa fluiu. Montei meu
primeiro altar com uma imagem, uma tigela de barro para oferendas e um suporte
para as velas. Meses depois percebi que comecei a agregar coisas para o meu
altar e também para a minha modesta ritualística.
O que eu quero dizer com isso
tudo? Quero dizer que constatei que a sabedoria milenar dos egípcios está
certa, pois muitas vezes nós não temos nada em mãos para ofertar aos deuses – e
olha que os egípcios eram demasiadamente caprichosos quanto a suas oferendas! –
e esquecemos que a maior oferta vem de dentro, do nosso coração que queima de
devoção. Se você não tem nada a ofertar, porém quer do fundo do seu coração
ofertar algo, homenagear os seus Deuses, oferte o que você tem de melhor,
oferte a sua alegria, monte a sua “festa”, celebre a vida ofertada pelos
Deuses.
Muitas vezes não ergo o meu
altar, prefiro colocar uma música bem animada que intuo que determinada
divindade irá apreciar. Por exemplo: eu gosto muito de rock e creio que uma das
divindades que cultuo gosta também; é uma coisa que se sente na pele, coloco o
CD e sei que Ele está lá, se divertindo também. Conheço pessoas que possuem uma
forma peculiar de ofertar coisas aos Deuses usando o paladar refinado para
compor pratos culinários para sua divindade de devoção. Dá super certo, diga-se
de passagem. Outros usam a dança, a música, a poesia, as artes gráficas para ofertar,
homenagear seu/sua Deus/Deusa. Creio que temos energia criativa de sobra quando
abraçamos uma religião, e quando nos deixamos ser abraçados pelo mundo sagrado as
energias fluem em nós e no nosso mundo, fazendo-nos criar liturgias próprias,
divertidas, eficientes e prazerosas. Afinal de contas, os Deuses também querem
se divertir e banquetear conosco, concordam?
Não quero, de forma alguma,
desmerecer os cultos formais. Eles são totalmente válidos e necessários, mas
não são o único caminho. O que tento passar aqui é que também existem formas
alternativas de se celebrar, principalmente no nosso caótico cotidiano. Os
Deuses são a vida que existe dentro de nós e Eles se regozijam com a nossa
alegria e criatividade. Essa é a nossa maior oferenda.
Muito lindo o post!!!!! gostei muito!!!!realmente a maior Oferenda é aquela do nosso coração!!! lembro que Christian Jacq em um dos seus livros fala que "Ma'at constituí a totalidade das oferendas"; reflito muito a partir desta frase que se estamos com Ma'at em nosso intimo, já é uma oferenda aos Deuses.
ResponderExcluirum abraço!!!!
Gostaria de saber quando terá início uma turma nova...meu e-mail é arlete.dac@hotmail.com.
ResponderExcluiroi, tudo bem !
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